Uma história em quadrinhos, como toda história, sempre começa com uma boa ideia.

Mas ter boas ideias para criar histórias nem sempre é tão fácil. Pelo menos não quando você tem uma folha em branco na sua frente. Para evitar esse problema comum de “fuga em massa de ideias geniais” eu tenho algumas dicas.

FAÇA RELEITURAS

Você pode criar uma história a partir de uma ideia que já existe, como um filme, uma música, um poema e até uma piada.  O exercício aqui é contar. Contar de memória e ir inserindo dados da sua própria imaginação na história. Assim, você usa a ideia apenas como pontapé inicial e vai criando a partir dela. Se não parece muito original, é com certeza um ótimo exercício criativo.

Uma vez, no colégio, eu escrevi um conto sobre a música “Domingo no Parque” do Gilberto Gil. A professora gostou tanto que me comparou à Clarice Lispector! Fiquei tão feliz!

TOME NOTAS

Mas a maior fonte de ideias originais para criar histórias é o mundo do dia a dia mesmo. Acontecem muitas coisas interessantes ao seu redor o tempo todo, mas… se você anda meio desligado, então… muitas ideias passarão e você não vai pegar. Às vezes, você até nota alguma coisa interessante que acontece, mas você se distrai com qualquer coisa e… esquece! O que era mesmo?

Então a dica é: tenha um bloco sempre à mão. Ou qualquer dispositivo onde possa escrever pequenas notas. Veja bem, eu disse notas!

Escrever uma história em quadrinhos é uma tarefa que dificilmente você vai conseguir realizar de primeira, no ônibus, sem nenhum planejamento prévio, você alheio ao trânsito, enfiado no seu mundo de escritor enquanto trabalhadores condenados com cara de abortados se espremem e rezam para o dia acabar.

Não. Não vai funcionar assim. A vida real do escritor é bem diferente disso. Ainda bem, porque essa cena foi meio lúgubre, pro meu gosto.

A dica é escrever pequenas notas sobre coisas que você vê. Ou imagina, tanto faz.

Suas notas podem começar com a pergunta que sua imaginação mais ama:

E se…?

Se é a condição ideal da imaginação.

Se eu disser “O céu é roxo”, por exemplo, minha mente só pode concordar ou discordar. Se isso não for evidentemente verdadeiro, como é o caso, a minha mente vai discordar com certeza! (assim espero!)

Mas se eu digo “E se o céu fosse roxo?” eu convido minha imaginação a se soltar e trazer todas as possibilidades que ela conseguir alcançar! Isso é bem mais que um sim ou não. Isso dá história.

Então, vamos tentar:

E se… dinheiro desse em árvore?

E se… os dedos fossem sua fonte de ideias?

E se… um bebê sobrevivesse ao ataque de um grande bruxo? (essa você conhece)

E se… um homem tivesse um retrato capaz de envelhecer em seu lugar? (essa é cult)

E se…  alguém quisesse realmente ser feliz? (acho que vi um filme com um cara à procura da felicidade um dia desses)

E se… um jovem patriota pequeno e frágil desejasse mais que tudo servir seu país?

E se… um menino visse sua família ser destruída pela marginalidade de uma cidade decrépita?

A última, e se… uma menina baixinha, dentuça e gorducha fosse a dona da rua? (Quem se lembra dessa?)

Como você deve ter notado, essa dica serve para criar histórias em quadrinhos, romances, filmes, animes, peças de teatro, o que você quiser.

Agora eu pergunto: E se você realmente fizesse desse exercício um hábito? Quantas boas ideias seria capaz de registrar?

Dizem que começar é o mais difícil, e eu concordo! Por isso essa dica tão simples pode ser muito eficaz se você simplesmente praticar (e se divertir com isso!)

E como toda caminhada começa com um primeiro passo, aproveite a jornada e solte a imaginação!

Se você quer escrever histórias em quadrinhos, criar personagens e universos ficcionais, fique de olho. Deixarei algumas dicas por aqui.

Vamos?

E se…?