Descubra o Fascínio do Worldbuilding
Criar um universo significa é mais do que apenas escolher nomes ou fazer desenhos aleatórios. Leia e descubra o Fascínio do Worldbuilding!
E se eu te falasse que a palavra cartoon é usada desde o século passado? Sim, são 180 anos desse estilo de desenho que revolucionou a indústria de animação.
E se hoje, ao pensar em cartoon você já lembra daquele seu desenho, todo coloridão e com uma trilha sonora que você vai criar uma playlist para ouvir depois no Spotify, saiba que o início do cartoon estava bem longe disso. O termo Cartoon, surgiu em 1840, na revista britânica Punch, no formato de “charges” como uma forma de sátira, dos acontecimentos políticos da época.
Podemos dizer que Cartoon é todo tipo de desenho feito a partir de formas, linhas e que fogem da realidade, podendo ser ou não ser carácter humorístico, tendo como característica principal o exagero e a simplificação. E se vamos falar em exagero, vamos falar de animação! Esse mundo fantástico que conseguiu se reinventar década após década tendo como sua maior aliada a computação gráfica. Então se prepare, pois, a partir de agora, vamos fazer uma viagem no tempo para entender um pouco mais desse estilo de desenho que revolucionou o século XX. Antes mesmo do termo ser usado, em 1832 – Joseph Plateau teve a brilhante ideia de dar movimentos ao desenho e foi aí, que ele inventou o Fenacistoscópio.
Esse objeto era basicamente um disco com vários desenhos em volta e ao girar em frente ao espelho, os desenhos pareciam estar em movimento. Com o tempo, Plateu descobriu que o número exato de desenhos para causar a ilusão de movimento era 16, número que seria usado pelos futuros cineastas. Vale ressaltar que Plateau era físico e matemático, e que tal invenção, mesmo tendo sido de extrema importância para a indústria cinematográfica, teve como objetivo inicial o estudo de sua teoria: persistência na retina. Demais, né?
Em 1834, o matemático William George Horner, inventou o zootropo, ao invés de ser um disco, os desenhos giravam numa espécie de tambor. Esses objetos muitas vezes além de serem usados como base de estudo, acabaram virando brinquedos, já que a ilusão de ótica causada acabava encantando o público infantil.
Avançando um pouquinho (mas nem tanto) em 1877, Charles-Émile Reynaud, um inventor francês da mais um passo importante com o Praxinoscópio. As fendas do zootropo foram substituídas por espelhos, a aparência cintilante dos desenhos devido à observação indireta causada pelo reflexo, deixavam as animações mais elaboradas. Conhecidas por “Pantomimes Lumineuses”, as apresentações eram criadas e apresentadas pelo próprio Charles-Émile Reynaud.
Eadweard Muybridge, em 1878, chega com mais um “cópio” para fazer história: o Zoopraxiscópio. Precursor das películas de filme, é aqui que começamos a observar o movimento realístico dos seres vivos. As primeiras fotos foram tiradas em uma corrida de cavalos, utilizando 24 máquinas fotográficas, posicionadas em uma distância regular ao longo de uma pista de corrida. 24 MÁQUINAS EM 1878!! Foi algo gigantesco para a época. No meio disso tudo, o cinema a cada dia deixava de ser um sonho para se tornar realidade e no final do século 19, Charles-Émile Reynaud, o inventor do Praxinoscópio, lança sua primeira animação pintada: Pauvre Pierro.
De 1900 para frente a coisa fluiu de vez e o que vamos ver a partir de agora, é a evolução das animações, principalmente no estilo 2D, prepare-se para voltar a infância em uma linha do tempo repleta de nostalgia!
1906 – Primeiros curtas de animação, como o de James Blackton, feito num quadro negro com giz de lousa, com duração de aproximadamente 3 minutos.
1919 – Primeira aparição do Gato Felix, ainda na Era do cinema mudo, fez um grande sucesso, e teve um grande desafio de sobreviver aos anos 30 com a chegada de um camundongo a seguir e seus efeitos sonoros.
1928 – O Vapor Willie. Neste curta, a Disney leva o seu famoso camundongo, Mickey Mouse ao estrelato, graças aos efeitos sonoros da animação. E uma curiosidade: as vozes são do próprio Walt Disney! Você sabia disso? Se você quiser assistir a este clássico, basta ser assinante da plataforma Disney +
1931 – Talkartoons, com 42 episódios, incluindo o clássico Bimbo’s Initiation, além da aparição de Betty Boop, uma das coisas mais interessantes na produção era a utilização da técnica de rotoscopia. Com a rotoscopia os animadores conseguiam desenhar em cima de imagens de pessoas reais! Com isso, muitos cantores de jazz serviram de modelo e inspiração na hora de criar as animações. O mais interessante é que esses curtas passavam no cinema, antes dos filmes e eram feitos para adultos! Alguns tinham temas bem macabros! Somente após a televisão chegar na casa das pessoas, que os estúdios começaram a direcionar o conteúdo para o público infantil.
1932 – Flowers and Trees. A Disney não satisfeita em revolucionar a indústria de animação com seus efeitos sonoros agora ela trouxe… cor! Sim, o primeiro filme animado colorido foi da Disney e chegou até a ganhar o primeiro Oscar de curta-metragem de animação! Mas se fazer animação em preto e branco já era difícil, pois para um minuto eram necessários 1800 desenhos, para 1 segundo eram necessários 30 desenhos, imagina só fazer 30 desenhos e ainda colorir eles manualmente? Parece impossível né fazer um longa-metragem animado, não é? Não para Disney…
1937 – Branca de neve e os sete anões, baseado no conto dos Irmãos Grimm, foi o primeiro longa-metragem a estrear no cinema. A estreia do filme foi tão grandiosa, que todas as estrelas de Hollywood foram chamadas para o evento. O filme foi um sucesso, e mais uma vez revolucionou o mundo da animação, trazendo fala, cor e som com a trilha sonora. A Disney manteve sua estratégia de lançar um filme grandioso por ano no cinema, enquanto os outros estúdios tentavam de alguma forma se destacar criando desenhos com personagens menos comuns (quem lembra do pica-pau maluco?) para televisão. Os anos 40 foram tempos sombrios com a Segunda Guerra Mundial, mesmo assim tivemos o nascimento de grandes clássicos, como Tom e Jerry (na época Jasper e Jinx) por William Hanna e Joseph Barbera ainda nos estúdios da Metro-Goldwyn-Mayer. E o coelho mais famoso de todos, Pernalonga por Tex Avery e Robert McKimson.
Nos anos 50, com a chegada da TV a cores, William Hanna e Joseph Barbera criaram o primeiro desenho de animação para passar diariamente na TV no horário nobre: Os Flintstones. Depois do sucesso estrondoso vieram vários: Manda Chuva, Os Jetsons, Jonny Quest, entre outros. Enquanto isso, a Disney segue dominando a Indústria do cinema com os lançamentos de clássicos como Cinderela (1950), Alice no País das Maravilhas (1951), Peter Pan (1953)A Dama e o Vagabundo (1955), A Bela Adormecida (1959), 101 Dálmatas (1961), Mogli: O Menino Lobo (1967), e muitos outros clássicos que são sucesso até hoje.
Na década de 60, na TV surge um cachorro muito conhecido e uma nova fórmula de sucesso para criar desenhos: grupo de amigos + animal + mistério = Scooby- Doo, Capitão Caverna, Tutubarão (todos incríveis). As animações começam a ganhar um novo espaço no mercado nos anos 70 e 80: as prateleiras. A febre da venda de bonecos e brinquedos de personagens estende o sucesso das produções, estando em roupas, lancheiras, mochilas e acessórios das crianças.
A animação dos anos 70 ao 80 se mantém numa constância de sucesso, mas foi na virada para os anos 90 que tivemos a grande evolução com a chegada dos computadores. Foi em 1989 que o primeiro episódio de Os Simpsons foi lançado, nos anos 90 as animações 2D tomaram conta dos cinemas: A Bela e a Fera (1991), Aladdin (1992) e O Rei Leão (1994), foram alguns dos lançamentos da Era de Ouro que lotavam as salas de cinema. A mistura de Live Action com 2D, também agradou bastante o público, como o lançamento de Space Jam, que agradava o público infantil com o Pernalonga e sua turma, e o público adulto com Michael Jordan. Com o avanço tecnológico, projetos que antes eram
impossíveis de serem realizados, saíram do papel e um deles foi o Toy Story (1995), o pioneiro a ser feito inteiramente por computação gráfica e o cartão de visitas da Pixar. Fazer animação se tornou um negócio tão rentável para as empresas que um cara chamado Ted Turner, criador da Cable News Network (CNN), comprou a Hollywood MGM em 1988 e posteriormente a Hanna-Barbera Productions , criando então um canal que transmitisse desenhos 24 horas por dia! O Cartoon Network.
Por quase uma década, o canal transmitia apenas desenhos que já eram um clássico, como Looney Tunes, Tom e Jerry, e praticamente todos que citamos até aqui, foi só no final dos anos 90 que a Cartoon começou a lançar suas próprias produções. Mas isso vai ficar para os anos 2000 que continua no próximo post!
O estilo cartoon ultrapassou décadas e conseguiu se reinventar através do tempo e das mudanças culturais. No próximo post vamos falar mais sobre a mais uma evolução importantíssima da animação: a 3D e um pouco mais sobre os estúdios de animação do Brasil que estão ganhando o mundo! Depois de tanta informação fica fácil entender o quanto esse mercado de animação é extenso e cheio de possibilidades, seja na criação de personagens para animação, para aplicativos, quadrinhos ou até mesmo no setor publicitário. E se você sentiu vontade de aprender a criar o seu próprio personagem cartoon, acesse a página do nosso curso Desenvolvendo Cartoon, preencha o formulário clicando no botão “FAZER UMA AULA GRATUITA” que iremos retornar para agendar a sua AULA GRÁTIS 100% ON-LINE!
Nos vemos no próximo post!